segunda-feira, agosto 20, 2007


Por fim retorno
de volta à floresta
afundado no calor que sufoca
à minha casa de pedra

Retorno com tua ausência me cobrindo os pensamentos
pra casa, perdido na lembrança
na tua imagem que me serve de acalento
e cada vez menos minha eloquência
o que não nos aconteceu em conveniência

Ao deixar cair o véu
entregar ao conhecimento minha profusão escrita abusiva
meu medo se faz profecia
me insinuas exagero de ti poesia

É...
de fato sei pouco de ti
mas me refiro, poeta
à margem incipiente, efêmera
de nós

sem nomes
sem rótulos
teu sorriso
minha vertigem
Nossa música

Teu merecimento é indelével na tua condição de existência
inexoravelmente o fato de seu estar...

Não, Bela Moça
Não me coloco em notas aspirante fágico
Não venho engolir, canibal, teus prodígios
Estou apenas animal e seus desígnios
para o encontro
para o desencontro
para o que, supostamente, o conhecimento nos traria

e, doravante, o desencontro é o imperador deste reino em conto
volto pra casa com o princípio do que não aconteceu
com o eterno sorriso
de quando um novo e belo dia nasceu...

sexta-feira, agosto 17, 2007


Não...
Não me perdôo por não ter tido teu tronco junto ao meu!
Por não termos respirado ar
Não, depois da celebração da noite
depois dos segredos que teus olhos me confidenciaram
depois de, quando embarassados, juntos nossos corações palpitavam

Não sei
não consigo
não o farei
não me perdoarei
não deixarei passar frustração
Pra saber de quando tua mão passou perto da minha
de quando inocente, medroso
te deixei passar pra sempre...

quinta-feira, agosto 16, 2007


-------------------do dia 14 ao 15 de agosto de 2007
Retornarías à amorosidade, à doçura
o coração de uma estátua
as mãos de pedra de um eupátrida

Adentrarías os mais profundos intelectos
os mais obscuros impérios
com um simples fitar

Como um ser de tamanha magnitude,
de tamanhã expressão
não pode viver em alusão ao sublime, à plenitude?

Seu simples estar
me fez as pazes com Deus
Só quem realizou-se na ordem dos astros
poderia ter tido a real divindade,
a precisa qualidade
de te desenhar entre os homens
Pobre homens...
mentecaptos primitivos
perto do espetáculo do teu sorriso
mortais admirados com uma gota do paraíso
Somos inertes frívolos
perto da imposição sutil
da prestreza pungente de sua graciosidade

me tocas os olhos como um anjo
como referência à superioridade divina
como reverência à sua presença, menina

que teu perfume me acompanhe em todos "amanhecer"
pra que possa ter certo entre os humanos
tua presença áurea em todo entardecer

Vai,
leva-me os óculos
leva-me o sossego, o sono
Não hei de dormir esperando outro encontro acontecer...

E o fim da linha aponta o horizonte
o horizonte apronta o fim da linha

na intermitência das certezas,
no encontramos sérios seletos
juntos, completos
onde não se espera,
onde não se esperava...

Da tua distância real
minha ilusão entrepôs colinas
em nosso possível apreço final

Da frustração, condição
à esperança mundana

Em que ponto de espaço e tempo
eu, pobre homem
colocaria em conjectura
a possibilidade sutil de sermos plural

Nosso ditongo subliminar
me repôs as forças
outrora sugadas
por órbita fulgás

Junto com o dia
nascia algo a mais que minha afazia
era algo há mais que minha prelazia

Agonia
que então era pretérita
nem que por aquele trocar de astros
por aquela fração de intervalo das incertezas,
era pretérita...

Que tua marca permaneça em mim
que me desenhe esperanças eternas
para além do que não fizemos
do que não coubemos
do que não fomos

Que eu seja um pouco dessa gota de certeza
Adeus...