terça-feira, dezembro 30, 2008


Se Pôe 2008...

que o novo nos tome o ar
o que aspiro
os suspiros
que o nascer de mais um dia seja a alvorada de uma nova etapa
de um novo ano
de um novo momento
novo plano
novo alento

sem planos...
os anos
que nos renovam o semblante
que se arvoram os amantes

por dias de saúde
por dias de graça
por dias de êxtase
por dias de música
por dias de prazer
por dias de fotografia
por dias de alegria
por dias de amor
por dias de passeio na praça
por dias de tapioca
por dias de guaraná na praça brasil
por dias de luta
por dias de consciência... consiência integral
por momentos jazz
por gotas de paz

que o reencontro seja o caminho
em busca de transformar nossas casas em templos.

domingo, dezembro 07, 2008


Envolto da revolta

Deixa tua paz bater
nos últimos nós do espartilho
que sufocam a voz
em grunidos contidos do que não quer dizer

deixo o porta-retrato nas tuas mãos
para seres estorvo de ti
dor sem paixão

lágrimas do passado
pra te debruçares no vão...
pra lamberes do chão
as ultimas gotas da taça quebrada
teu souvenir no leite derramado

Ensaio...
Caio no suspiro
viro as costas
volto da porta

Pra não te ver rolar na grama do vizinho
pra não ser companhia no choro de outro
no rosto borrado
no gole torpe da taça de vinho

volto da porta entre-aberta
com a cena engasgada
com tua ânsia de reunir os cacos
cortando minha pele

quinta-feira, dezembro 04, 2008


Desalinhe

Há ali, neste frasco
Ali, nem como traço, as vigorosas saudações que
ali, nem são momento
Ali, me são, por que não estão
Alimento, qualquer fragmento de doçura, de entrega que
alimente tudo o quanto não
há linha, que não se põe
à linha, que não
há linear, que não
é linha, de quanto se tenta à prova, esforço qualquer que se
alinhe... Não há...
Linha não há pra enfileirar cartesianos almejos
Ali, neste salto por desejo de encontro;
Ali, neste despertar do abraço que se faz casa

Não há quadro que se feche a intermitência destes traços, desta
linha, que é desenho, é movimento, que é
linha, mas não é reto, não é momento, não
alinha pra compor ponteiros ou setas, des-
alinha em ânsia, em medo e desejo, des-
anima do interposto, a distância
anima do fulgor da entrega que se faz ânsia

Em linhas abertas pelo novo, no salto do vento;
Ao linho do lar que se pode realizar na tua nuca, nas nuances do teu ar;
da paixão que se pretende encontro
Alinear...