domingo, agosto 10, 2008

Só o amor

é quase o pouco que estende as querelas
suspende as mazelas
desfaz o escárnio da intermitência
da sobressalência
do aqui
do ali
do nada e do tudo
o que comprime desvalidas vontades
desejos, ensejos
quase todo ar de existência
que se encaixe em homens
em papéis, em funções

a fruição que explode os espatilhos da convenção
da ilusão de estar como todo mundo
de ser como qualquer outro
de atributos bem assinalados
de emoções bem resolvidas
de ações bem vendidas
e de bem estar social estampados
em sorrisos maqueados

Só da presença se completa toda certeza
em portas que unem universos
em caminhos disperso de encontro
contra toda cartilha
todo o plano
todo conceito, ideologia,
forma de contenção, de controle
aprisionamento...
à que não se tem contento
só ele preenche o peito, o coração, a mão...
de um aviso aos que se deixarão
no suicídio da factível paixão
na prisão
no confinamento

no toque da vida nova
no sorriso da vida velha
só o amor aprisiona
só o amor liberta...