No Meio dos meus desejos de infância, me surge isso... “(...) A arte faz-se com as mãos. Elas são o instrumento da criação, mas, antes do mais, o órgão do conhecimento. Para qualquer homem, já o demonstrei; para o artista, mais ainda, e segundo vias particulares. Porque ele reinicia todas as experiências primitivas: como o Centauro, saboreia as fontes e as brisas. Enquanto nós recebemos o contacto passivamente, ele procura-o, testa-o. Contentamo-nos com um saber milenar, um conhecimento automático e talvez já embotado, escondido em nós. Ele leva-o para o ar livre, renova-o – parte da origem. Não acontece o mesmo com a criança? Mais ou menos. Mas o homem feito interrompe essas experiências e, porque é “feito” cessa de se fazer. O artista prolonga o privilégio da curiosidade da infância bem para lá dos limites dessa idade. Ele toca, apalpa, calcula o peso, mede o espaço, modela a fluidez do ar para aí prefigurar a forma, acaricia a superfície de todas as coisas, e é com a linguagem do tacto que compõe a linguagem da vista – um tom quente, um tom frio, um tom pesado, um tom profundo, uma linha dura, uma linha suave.(...)”
FOCILLON, Henri. O Elogio da mão. In: FOCILLON, Henri. A Vida das formas. Ed Edições 70, pp. 115.
Ahh,como eu queria... como saltaria para fazer casa de mim, os teus olhos de inocência à revelia...
das insensatas moradias que se outorga o homem robusto, pueril duro no despeito de si acuado em explosão de falsa alegria euforia!
E o que há de ser que se faria para ter em paz um facho reluzente desse sorriso
ahh, como eu queria ser a doçura que clama nestes olhos de chama que chamam... que conclamam uma existência maior no agora, do mundo novo cada segundo que enclausuramos nas coerções afasia...
ahh, como eu queria.. só agora ser essa idade doce no êxtase que existia...