Sobre ser velho.
Quase me esqueci! Quando vi o "Bené" no mar de lama do Jornal Nacional, lembrei. Não que tenha pretensão alguma de ter o cacife intelectual do velho homem, mas a calma pessoal, sabendo tudo o que sabe.
Tem sido recorrente os questionamentos com relação a minha velhice. "Tu és um velho", "imagina quando fores velho", e outros tem salpicado minhas conversas com as pessoas que me rodeiam. Tenho feito amigos e conhecido pessoas como nunca antes. Essas novas sempre levantam coisas desse tipo.
Dentre minhas pretensões tenho a ressalva constante de buscar ser um ser criativo e honesto. Materializar isso, num mundo tão cretino é difícil. De tão diferente você chega a ser alijado, quando implementa um postura de bem estar ou de ponderação. Trabalho todos os dias para que minha vida não passe em branco por mim. Há quem pense que esse é um fardo demais para se carregar com a idade que tenho. Que tenho que ter mais jovialidade. Não sou assim! Sou brincalhão, divertido, mas não vim a vida à passeio. Buscar ser "elemento de transformação da sociedade" já é um jargão pro deboche, como se quem o vive como objetivo vivesse um autismo facultativo numa fuga utopista. Não quero nada, senão algo para minha própria realidade. Se isso significa ser velho, que seja...
Quanto à velhice em si, penso que para me tornar algo que mereça admiração minha na posteridade, preciso implementar coisas agora. Preciso estudar mais que o normal; me intelectualizar mais que o normal; dar valor aos sentimentos mais que o normal; me apaixonar mais que o normal; enfim, viver "por amor às causas perdidas". Até porque ninguém até hoje conseguiu me provar da existência da normalidade. Se falarem do normal como justificativa conformista, não é normalidade, é "normalose".
Espero que meu esforço - às vezes tido como martírio - traga-me frutos honrosos para a melhor idade. Até acho que serei um velho interessante. Não terei mais a ânsia de responder ao tempo. Ele haverá passado. Então serei apenas mais um barba branca, vivendo no mundo e esquecendo que os outros esquecem de mim.
Que a Força nos acompanhe...
Quase me esqueci! Quando vi o "Bené" no mar de lama do Jornal Nacional, lembrei. Não que tenha pretensão alguma de ter o cacife intelectual do velho homem, mas a calma pessoal, sabendo tudo o que sabe.
Tem sido recorrente os questionamentos com relação a minha velhice. "Tu és um velho", "imagina quando fores velho", e outros tem salpicado minhas conversas com as pessoas que me rodeiam. Tenho feito amigos e conhecido pessoas como nunca antes. Essas novas sempre levantam coisas desse tipo.
Dentre minhas pretensões tenho a ressalva constante de buscar ser um ser criativo e honesto. Materializar isso, num mundo tão cretino é difícil. De tão diferente você chega a ser alijado, quando implementa um postura de bem estar ou de ponderação. Trabalho todos os dias para que minha vida não passe em branco por mim. Há quem pense que esse é um fardo demais para se carregar com a idade que tenho. Que tenho que ter mais jovialidade. Não sou assim! Sou brincalhão, divertido, mas não vim a vida à passeio. Buscar ser "elemento de transformação da sociedade" já é um jargão pro deboche, como se quem o vive como objetivo vivesse um autismo facultativo numa fuga utopista. Não quero nada, senão algo para minha própria realidade. Se isso significa ser velho, que seja...
Quanto à velhice em si, penso que para me tornar algo que mereça admiração minha na posteridade, preciso implementar coisas agora. Preciso estudar mais que o normal; me intelectualizar mais que o normal; dar valor aos sentimentos mais que o normal; me apaixonar mais que o normal; enfim, viver "por amor às causas perdidas". Até porque ninguém até hoje conseguiu me provar da existência da normalidade. Se falarem do normal como justificativa conformista, não é normalidade, é "normalose".
Espero que meu esforço - às vezes tido como martírio - traga-me frutos honrosos para a melhor idade. Até acho que serei um velho interessante. Não terei mais a ânsia de responder ao tempo. Ele haverá passado. Então serei apenas mais um barba branca, vivendo no mundo e esquecendo que os outros esquecem de mim.
Que a Força nos acompanhe...
3 Comments:
"Não terei mais a ânsia de responder ao tempo. Ele haverá passado. Então serei apenas mais um barba branca, vivendo no mundo e esquecendo que os outros esquecem de mim."
Continuo achando que o Chaplin tinha razão. A vida devia ser ao contrário. Quanto mais velhos, mais interessantes ficamos. Mas experientes, mais independentes, mais sábios e mais sozinhos. Deveria ser assim: Nascemos, assim, sábios e interessantes, de modo que encontrar alguém igualmente interessante, e interessado por nós, fica muito mais fácil. Procuramos um pouco, até encontrarmos quem valha a pena passar o resto da nossa vida com ela. E quando formos ficando mais novos, e nosso corpo for ficando: primeiro mais forte, depois mais fraco, um apóia o outro, até que nossos pais cheguem pra nos ajudar e cuidar de nós até o fim das nossas vidas.
Ou é ser muito maluca? =P
Por não ser assim intelectualizado como você, vejo-me obrigado a fazer uso de uma ferramenta muito popular para expressar meus sentimentos:
PUTA QUE PARIU!! É MUITO DO K..!!
Adorei seu texto, me identifico muito com ele, irmão. Muito bem elaborado, e cheio de significado.
Cada vez melhor são suas escritas, Padawan.
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