Hoje pensei na morte...
Não, não pensei num afá byronico ou qualquer colapso de mal do século. Pensei como parte de um processo natural, um passo a mais. Me perguntei a manhã toda, como seria se tivesse q ir desta para outra, hoje. Como seria?
Algo há de felicitação no que indagava à mim mesmo na caminhada de volta à minha casa em plena chuva. Dei-me conta de que se tivesse que me ir no atual momento teria coisa a celebrar. Me imbui um projeto de imensidão imensurável. Por leviandade consigo, por medo, por arrogância, ou qualquer outra coisa a justificativa é algo que não me cabe neste... Tenho que, hoje, dei passos embassados e esboçados dentro de meu imenso e grotesco projeto maior. É... não rompi tanto assim com a moralidade, com a postura que se deve ter. Algo disso ganhou nova forma. Não nego, renego e nem esbravejo castelos apostólicos, ou fundamentalismos decorados. A igreja é hoje em mim, um conflito. Dia e noite, afirmação e negação, simultâneamente, um processo só de síntese.
Se tivesse que ir encontrar-me com o ícone da divindade (sem maniqueísmos, por favor) teria algo a dizer-lhe. Diria que antes de mais nada (em considerando a possibilidade de estar lá colocarei os verbos no passado) que amei. Me fiz poeta. Uns, definitivamente, me fizeram mais poeta do que talvez ache que merecesse, mas me fiz. Fui um boêmio das palavras e um virtuoso do coração. Intermitente, voraz, fulgaz, poeta.
Diriam além disso, que tentei ser homem. Menino eu fui, com certeza, mas que tentei ser homem. Com a sombra assoladora da ascendência, fui um misto de afirmação de mim na negação do passado. Me arrependo de ter usado a história de meu pai, pra me afirmar e renegá-lo. Mas assim, consegui autonomia para me realizar com pés MEUS nos chão. E tentei. Quis ser o exemplo da integridade que minha mãe sempre pediu. Tentei dar tudo de mim, para fazer-me orgulho de meus pais e irmãos. Para fazer-me exemplo de ser. Não reflexo de idolatria cega, mas fruto e consequência de um esforço eterno de ser poeta e ser íntegro. Escorreguei... Sim, escorreguei, mas um dia hei de perdoar-me por ter fugido tantas vezes à proposta.
Procurei teu equlíbrio. Muitas vezes consegui, outras tantas, passei longe de exergá-lo. Fui orgulhoso por uma glória que nem cheguei a ter. Disso, te peço perdão. Fui homem de paixões veladas, de desejos contidos e incutidos na clausura do esforço de inserir-me na lista dos escolhidos, mesmo desacreditando dela... Não, não desacreditei de tua existência maior; descartei preceitos de homens que se arvoraram a te resolver em tão pobre filosofia.
Agradeço, por cada dor. Elas me fizeram o que sou hoje. Destas, felicito-me dos acertos e lamento os escorregões. Vim e não deixei legado. Não tive tempo para completar meus passos do mundo. Vim, larguei-me de mim e deixei marcas. Não posso computa-las (e não é esse o objetivo), mas reconheço as sementes que minhas incertezas trouxeram. Homem das confusões, semeei a negação de si, nos poucos que pude repetir o que achei ser a interpretação da palavra atribuida a ti.
Não sei. Posso dizer-lhe que passei a vida procurando respostas, e perdi meus dias em mais perguntas. Nesta glória largo o pouco de mim que fiz e doo-me à posteridade para ser esquecido.
Não, não pensei num afá byronico ou qualquer colapso de mal do século. Pensei como parte de um processo natural, um passo a mais. Me perguntei a manhã toda, como seria se tivesse q ir desta para outra, hoje. Como seria?
Algo há de felicitação no que indagava à mim mesmo na caminhada de volta à minha casa em plena chuva. Dei-me conta de que se tivesse que me ir no atual momento teria coisa a celebrar. Me imbui um projeto de imensidão imensurável. Por leviandade consigo, por medo, por arrogância, ou qualquer outra coisa a justificativa é algo que não me cabe neste... Tenho que, hoje, dei passos embassados e esboçados dentro de meu imenso e grotesco projeto maior. É... não rompi tanto assim com a moralidade, com a postura que se deve ter. Algo disso ganhou nova forma. Não nego, renego e nem esbravejo castelos apostólicos, ou fundamentalismos decorados. A igreja é hoje em mim, um conflito. Dia e noite, afirmação e negação, simultâneamente, um processo só de síntese.
Se tivesse que ir encontrar-me com o ícone da divindade (sem maniqueísmos, por favor) teria algo a dizer-lhe. Diria que antes de mais nada (em considerando a possibilidade de estar lá colocarei os verbos no passado) que amei. Me fiz poeta. Uns, definitivamente, me fizeram mais poeta do que talvez ache que merecesse, mas me fiz. Fui um boêmio das palavras e um virtuoso do coração. Intermitente, voraz, fulgaz, poeta.
Diriam além disso, que tentei ser homem. Menino eu fui, com certeza, mas que tentei ser homem. Com a sombra assoladora da ascendência, fui um misto de afirmação de mim na negação do passado. Me arrependo de ter usado a história de meu pai, pra me afirmar e renegá-lo. Mas assim, consegui autonomia para me realizar com pés MEUS nos chão. E tentei. Quis ser o exemplo da integridade que minha mãe sempre pediu. Tentei dar tudo de mim, para fazer-me orgulho de meus pais e irmãos. Para fazer-me exemplo de ser. Não reflexo de idolatria cega, mas fruto e consequência de um esforço eterno de ser poeta e ser íntegro. Escorreguei... Sim, escorreguei, mas um dia hei de perdoar-me por ter fugido tantas vezes à proposta.
Procurei teu equlíbrio. Muitas vezes consegui, outras tantas, passei longe de exergá-lo. Fui orgulhoso por uma glória que nem cheguei a ter. Disso, te peço perdão. Fui homem de paixões veladas, de desejos contidos e incutidos na clausura do esforço de inserir-me na lista dos escolhidos, mesmo desacreditando dela... Não, não desacreditei de tua existência maior; descartei preceitos de homens que se arvoraram a te resolver em tão pobre filosofia.
Agradeço, por cada dor. Elas me fizeram o que sou hoje. Destas, felicito-me dos acertos e lamento os escorregões. Vim e não deixei legado. Não tive tempo para completar meus passos do mundo. Vim, larguei-me de mim e deixei marcas. Não posso computa-las (e não é esse o objetivo), mas reconheço as sementes que minhas incertezas trouxeram. Homem das confusões, semeei a negação de si, nos poucos que pude repetir o que achei ser a interpretação da palavra atribuida a ti.
Não sei. Posso dizer-lhe que passei a vida procurando respostas, e perdi meus dias em mais perguntas. Nesta glória largo o pouco de mim que fiz e doo-me à posteridade para ser esquecido.
2 Comments:
não, nunca esquecido.
se eu fosse deus, te colocaria de volta para parar de pensar e viver um pouco mais. Te desatrelaria de muito do que te faz contido, para te amarrar no que realmente faz a vida valer. mas te absolveria, por ter alimentado incondicionalmente o sonho da integridade e destreza com as letras e verdade.
Mas não pense na morte como algo que vá continuar a alimentar qualquer coisa. Alimenta-te do que tens e do que te faz poeta
;)
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