domingo, janeiro 21, 2007

Minha casa é um Souvenir de Viagem

Um herdeiro
quando me procurares encontrarás nada mais que poeta faceiro
encrenceiro

Um samurai
segredo que não distrai
enquanto assegura sua honra no amor à causas perdidas

Um anacrônico
saudosista lacônico

Se me procurares lutarás
rezarás o luto
por que não me encontrarás
Não sou e nunca serei achado
entre as nuvens em cavalo alado
sou homem do passado
passado

Pedi extradição pra uma vitrine
terás de procurar depois da estante de vime
atrás do estoque
nas coisas que já não merecem mais retoque

Estou lá
onde não se deve elocubrar
onde nem mesmo eu me achei
Sou fruto de uma lei que eu mes criei e não consigo concretizar

nobre fruto do paradoxo de minha contradição
projeto, intelectualidade
amor, emoção

Sou poeta
e me verás pelas letras
nas letras
mas não sou a cena
sou frustração e alegria discreta

Leve-me achando que me colocou no bolso
iluda-se na minha presença
pois ninguém me experimenta

Minha casa é um souvenir de viagem
uma daquelas bolinhas que se guarda de momentos de satisfação
pobre e fulgas alusão

Esse sou eu
vestígio singelo do amor que alguém esqueceu no ar
resignado na condição
satisfeito na solidão
Consternado no que muitos querem ver mas poucos encorajam-se tocar

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

e se eu balançar a bolinha, sua casa vira de cabeça pra baixo? ou voam seus papéis?

25 janeiro, 2007 08:50  

Postar um comentário

<< Home