quinta-feira, janeiro 11, 2007


Revirando arquivos antigos no trabalho, eis que acho isso! Perdido no baú do hd e preso no esquecimento...

(...) e parece que a floresta amaça a urbanidade! Irrompe o clarão mórbido dos lustres impesoais e eletrizados das ruas, adentra as ondas que permeam toda a movimentação da cidade para conturbar o contato virtual de nossos olhos. O sinal... Não tem sinal... Parecia um duende que, dotado de uma pitada de sadismo, corroia nossas vozes e ensurdecia nossos ouvidos. E a guerra estabeleceu-se, não nas estrelas, mas nesta pequena cidade e entre nossa nobre distância. Qual o preço dessa ousadia? Me perdi nas palavras e a cada passo dessa dança claudicante minha coragem aumentava. E claudicava... o sinal, o sinal... Cheguei a pensar que era insistência demais persistir nela. Cheguei a deixar de pensar quando pensei nela! E esqueci. Guerreamos, eu, bravamente, ela, não posso dizer. Insistimos. Para dizer nada mais que o que se constata num simples olhar. E foi isso que mais conseguiu a atenção cutucar: um simples olhar conseguia dizer tudo! Não de algo superficial que num simples toque se reconhece o gosto e se pode dizer por completo. Não... De um olhar profundo e honesto em sua primeira alusão. Nunca desdenhoso. Sempre gracioso, como a natureza assim o é. Pode-se - e deve-se - filosofar sobre e para a natureza. Mas isso é nossa condição humana, nossa realidade mundana, eurocêntrica e racionalista. A divindade é complexa pela simplicidade. Alude o que quer, demonstra sua riqueza sem logicidade qualquer.
Ela é. Assim, ela é. Falava como quem conversava com uma flor. Simples, bela e pura. Ela, porém tem mais vida, mal pode ser tocada em seu âmago e semea sorrisos como se assoprasse o firmamento. E a urbanidade tremia, a ligação falhava. Até a paciência da bela moça relutava. Mas não desistia. Ela não desistia. Não sei porque. Ela não desistia. Mostrei o que vi em seu olhar. Será que vi algo? Talvez, um dia, hei de desvendar.