domingo, maio 10, 2009


A maternidade sempre me foi cais das mais esmeradas aspirações, e recanto seguro de retorno das efemérides da alteridade e das austeridades de fora de casa. Enaltecer o colo primário, me foi o solo fundante dos ufanismos que me impulsionou a tantas palavras, músicas, imagens...

É ademais instigador o quanto o anúncio incrustado desse laço moveu-se em territórios diferentes dentro do meu peito. Reconhecer o alcance e, principalmente os limites, do toque materno na geração de uma nova vida, uma personalidade é que me tem sido o enfoque neste momento de celebração. Levantar-me do colo para uma existência de pés nos chão e com o espírito nos ares maiores da plenitude é a busca do reencontro com a própria força.

Fazendo minha, as palavras de Sun Tzu, “força é a capacidade que se tem de colocar em prático o que se tem em projeto.” E é isso que me é a busca constante, reencontrar o que me foi tirado no ponto mais ínfimo e indefeso dos meus passos neste mundo. Abrir o peito para a realização individual, para fincar os pés num território incógnito e indefinido que é o espaço delimitado do é REALMENTE meu, nem mais, nem menos. Minha casa.

Ando na busca incessante (muitas vezes tola) deste colo arredio, já que destruí todas as possibilidades de voltar às origens. E assim honro a maternidade, reconhecendo o que é de minha mãe, e abrindo as portas do claustro pra que esse colo me seja presente pelos meus próprios braços, mesmo que ainda me solte (muitas vezes inconseqüentemente) nos braços alheios. Entrar para o retorno singelo à beleza da criança como um artista, como comentara outrora...

Torço os pontos para dar cabo ao agradecimento que não sai tão clara e diretamente. Obrigado. De todos, a busca de um patamar melhor, de um espaço mais amplo, é o que me ficou e está até hoje aqui.

Feliz dia das mães.