terça-feira, janeiro 13, 2009


"que poderia ter sido dela"

E as cordas se entrelaçavam ao ponto de corte, nos elos de junção das vias que sustentavam os corpos a balançar. Presos pelo punho, a rede deitava-se ao vento, no ar suspenso no chão.
E nada a mais havia de ser feito; nada a demais poderia servir de enfeite, senão a singela entrega despretensiosa no escurecer, no findar das aspirações vespertinas, em alegria noturna. A tarde se esvaía e o tempo vertia seus ponto em marcações desmedidamente desajustadas. Não tinham nada... Segundo, minuto, ou hora marcada. Se despediam do azul como de despiam as nuvens alegóricas que compunham a apoteose do pôr-do-sol atrás das águas do rio.
Não... Não se podia ver o sol. Ele se punha por detrás do monte de concreto. Mas, na varanda, sabia-se dele... Silencioso e grandioso pela onipresença. Mas da varanda a única coisa que pairava era a calmaria. O universo girando em torno de suas desdenhosas ambições enquanto, na varanda, o intervalo do encontro completo se dava. Nada demais. Deitados na varanda.
O vento. O despedir da tarde. A medida do abraço. A contemplação do laço.
Na varanda. A rede. Enquanto a tarde cai...